Diamantina (MG)
Centro Histórico de Diamantina (MG)
Diamantina em Minas Gerais, está na lista da Unesco desde 1999 como Patrimônio da Humanidade, porém possui tombamento federal desde 1938 pelo IPHAN, sendo uma das primeiras localidades brasileiras a ser tombada por um órgão oficial. É uma cidade com pouco menos de 50 mil habitantes e foi berço de Juscelino Kubitschek.
Durante a época do Brasil Colonia, em expedições à Minas Gerais, foi descoberta essa cidade que era repleta de diamantes. Sua população cresceu exponencialmente no século XVIII devido à exploração dessa pedra preciosa e chegou a ser a terceira maior cidade do estado, ficando atrás apenas de Ouro Preto e da capital Vila Rica. Como pode-se imaginar, a cidade recebeu esse nome devido à grande quantidade de diamantes que se encontrava no local, porém, na data de sua fundação, em 1713, foi chamada de Arraial do Tejuco. Em 1831, passou a ser Diamantina quando emancipou-se do município do Serro.
Segundo os critérios da Unesco, o centro histórico da cidade de Diamantina revela uma troca importante de valores humanos, onde os garimpeiros de diamantes e os representantes da Coroa conseguiram adaptar modelos europeus a um contexto brasileiro no século XVIII, criando assim uma cultura que é fiel às suas raízes, porém completamente única e original. Indo além, Diamantina apresenta uma arquitetura que ilustra um estágio significativo da história da humanidade.
A cidade conta com locais imperdíveis retratando o Brasil colônia de Portugal. A antiga Casa da Intendência, prédio construído entre 1733 e 1735, foi sede da Intendência dos Diamantes, e passou a servir como escola a partir da segunda metade do século XIX. (Praça Conselheiro Mata, 11 Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 8h às 17h).
A Capela Nossa Senhora da Luz foi construída por iniciativa de uma senhora portuguesa, a Dona Tereza de Jesus Perpétua Corte Real, em cumprimento de uma promessa feita por ter sido salva de um terremoto em Portugal. Sua construção foi finalizada no ano de 1819, muito depois de sua promessa ter sido realizada, em 1755. Antes de sua morte, em 1826, Dona Tereza anexou um educandário para meninas órfãs. Apesar das extensas reformas realizadas na capela, seu estilo foi mantido.
Outra personagem ilustre de Diamantina foi Chica da Silva, uma escrava que se casou com um contratador de diamantes, João Fernandes de Oliveira. João Fernandes se apaixonou perdidamente por Chica da Silva e a tirou da senzala e lhe deu uma casa imponente e ela passou a fazer parte da vida social da cidade, uma posição que nenhum outro afrodescendente jamais ocupou.
Das sacadas de sua grandiosa casa é possível ver a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, que foi financiada por ela para que os escravos pudessem frequentar as missas. No período colonial os escravos eram proibidos de passar por debaixo do sino da igreja, por isso, na igreja que Chica mandou construir, o sino fica na parte de trás da construção, dando passagem livre aos escravos ao interior do prédio. Sendo uma mulher bastante religiosa, além de construir a Igreja do Carmo, Chica também construiu uma capela ao lado de sua casa, porém, a capela foi demolida restando apenas sua fachada. (Horário de funcionamento: terça a sábado das 12h às 17h30 e domingo das 09h às 12h, entrada gratuita).
Outro local diferenciado da cidade é o Mercado Velho. A história deste local começa bem antes de sua construção em 1885. Diamantina tinha como atividade principal o comércio de ouro e diamantes, sendo a agricultura uma atividade secundária e de subsistência. Para suprir a necessidade da cidade por alimentos, os tropeiros vinham até a cidade para trocar seus produtos entre eles alimentos por pedras preciosas. Tendo em vista a grande movimentação de tropeiros na cidade, foi construído o Mercado Central, onde todo esse comércio era realizado e ainda servia de abrigo para as tropas. Muitos acreditam até hoje que as estacas do lado de fora eram utilizadas para amarrar escravos, mas, na verdade, eram utilizadas pelos comerciantes e tropeiros para prenderem suas mulas. Hoje o local recebe eventos e todos os sábados de manhã acontece uma feira.
Certamente o ponto mais conhecido de Diamantina é a Casa da Glória e seu Passadiço que possuem uma história bem interessante. A casa em si foi construída entre os anos de 1775 e 1800 pelo sr. Manuel Viana que lá morou com sua esposa Dona Josefa Maria da Glória, daí o nome Casa da Glória e Rua da Glória. No início do século XIX a casa se tornou propriedade do Estado Português que fez do local residência dos intendentes (pessoas responsáveis por garantir que toda a produção de diamantes do distrito fosse enviada para Portugal). Quando a produção de diamantes entrou em crise, a casa já não servia mais ao seu propósito. Foi então que em 1864 a casa passou a ser propriedade da Igreja e o Bispo João Antônio dos Santos viabilizou a chegada das Irmãs de São Vicente de Paulo. Necessitando de mais espaço, o sobrado do outro lado da rua foi comprado e construído o passadiço para conectar as duas construções, possibilitando a criação do Colégio e Orfanato Nossa Senhora das Dores, que funcionou por 102 anos. Por 13 anos a Casa da Glória ficou fechada até que, em 1979, o Centro de Geologia Eschwege, que pertence a Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, comprou o local e mantem suas atividades até os dias de hoje.
E o que seria Diamantina se não existisse um museu do diamante?! O museu foi fundado através de um projeto de Juscelino Kubitschek quando ele ainda era deputado. O local possui um acervo com mais de 2400 peças da história de Diamantina além da exposição de pedras preciosas e ressalta a disparidade entre a vida luxuosa da elite mineira e a pobreza que os escravos viviam.
Aeroportos mais próximos:
- Aeroporto de Belo Horizonte, Pampulha, 293 km do centro da cidade> aproximadamente 4h
- Aeroporto de Belo Horizonte, Confins, 274 km do centro da cidade > aproximadamente 4h
Rodoviária:
- Terminal Rodoviário de Belo Horizonte: Av. do Contorno, 340, Santa Efigênia (+55 31 3271-8933)
Rodovias:
Distâncias:
- Belo Horizonte: 291 km
- Vitória: 655 km
- Brasília: 725 km
- Goiânia: 879 km
Altitude:
- 1280 m
Localização: 18° 14’ 56’’ S 43° 36’ 00’’ O