Igrejas de Chiloé – Chile

Igrejas de Chiloé – Chile

Eleito como Patrimônio da Unesco desde 2000, as igrejas de Chiloé ficam no arquipélago de Chiloé, no Chile. Essas igrejas foram feitas inteiramente de madeira nativa para resistir ao clima oceânico úmido e chuvoso da região. Esse tipo de construção é único na América Latina, representa uma tradição iniciada pela Missão Peripatética Jesuíta nos séculos VXII e XVIII, continuada e enriquecida pelos franciscanos durante o século XIX além de mostrar a fusão bem-sucedida da cultura indígena e europeia.

São cerca de 70 igrejas construídas, seguem o estilo da Escola de Arquitetura de Chilota e 16 exemplares são os que mais se destacam nessa fusão próspera de culturas: Achao, Quinchao, Castro, Rilá, Nercón, Aldachildo, Ichuac, Detif, Vilupulli, Chonchi, Tenaun, Colo, San Juan, Dalcahue, Chellín e Caguach.

As habilidades do povo de Chiloé como construtores alcançaram sua maior expressão nessas igrejas de madeira, onde agricultores, pescadores e marinheiros utilizaram suas habilidades com o manejo da madeira tão abundante na região.

O isolado arquipélago foi colonizado pelos espanhóis em meados do século 16. Os jesuítas, que chegaram em 1608, usaram um sistema de missões de circulação na sua evangelização da região: grupos religiosos fizeram excursões anuais ao redor do arquipélago, permanecendo por alguns dias nos locais em que as igrejas eram erguidas.

Juntamente com seu projeto arquitetônico básico (fachada da torre, disposição da basílica e teto abobadado), essas dezesseis igrejas são significativas pelo seu material e seus sistemas de construção e os conhecimentos de construção demonstrados pelos carpinteiros Chilotes, assim como sua decoração interior e particularmente pelas cores e por suas imagens religiosas.

As igrejas distinguem-se por uma tradição indígena de construção de barcos, como mostra as formas e articulações das estruturas das torres e dos telhados a orientação e localização das igrejas é deliberada: construídas de acordo com as exigências do mar, foram dispostas em morros para serem vistas pelos navegantes e para evitar inundações.