Dia 134 – Estreito de Magalhães (Chile)
Dia 134 – 14 de fevereiro de 2019 – Estreito de Magalhães (Chile)
Hoje, paramos em Rio Gallegos para fazer a revisão da caminhonete na Toyota. Fomos muito bem atendidos na concessionária. Não fizemos agendamento e mesmo assim, fizeram a revisão na hora. Ficamos liberados as 11:30h.
Fomos a um posto de abastecimento porque Paulo queria se informar sobre as condições da estrada devido aos ventos fortes na região e saber se o ferry estava realizando a travessia no Estreito de Magalhães. Não tivemos muito sucesso e resolvemos seguir em frente.
Com 15 km de estrada, percebi um barulho estranho no carro e quando vi, o toldo lateral do Tropeiro estava solto, o vento arrancou as amarras. Uns 500 mt à frente, tinha um posto da policia rodoviária, então paramos lá.
O policial veio saber o que estava acontecendo e quando entendeu a situação, tentou nos ajudar, aí, vieram outros policiais mas não adiantou. A solução foi cortar o toldo fora.
E assim, deixamos o toldo no lixo.
Paulo aproveitou e conversou com os policiais sobre as condições da estrada porque o vento estava forte. Os policiais desaconselharam a viagem naquela hora, disseram que ha uns 20 km para frente tinha uma área de “Bajadas” (baixada) onde poderíamos capotar com o carro por causa dos ventos. Eles disseram que podíamos ficar no posto e arrumaram um local para pararmos. Assim fizemos. Isso aconteceu as 16:00h.
Baixamos os 4 pés do camper e mesmo assim o Tropeiro balançava muuuuito.
As 17:20h, a estrada foi completamente fechada e nenhum veículo podia transitar devido ao risco de acidente.
Já eram 19:30h quando o policial veio avisar que a estrada estava liberada mas que podíamos dormir ali. Como nessa época do ano anoitece depois de 21:00h, guardamos tudo que estava pronto para passarmos a noite e seguimos viagem.
Não sei se foi a melhor decisão. O vento ainda era muito forte e Paulo precisou dirigir devagar à 50km/h. Com isso, chegamos à aduana Chilena as 21:00 bem mais tarde do que imaginávamos, já era noite.
A aduana no complexo fronteiriço Integration Austral foi tranquila e rápida e chegamos à balsa do Estreito de Magalhães as 22:30h. Existia uma fila de carretas de 1,5km esperando para pegar o ferry mas a fila dos carros era bem pequena. Pegamos o ferry da Transbordadora Austral Broom às 23:00h. A travessia durou 40 minutos e foi a mais tranquila que já fizemos, não havia qualquer vento, que alívio. Vale lembrar que já fizemos essa travessia várias vezes e com ventos muito fortes.
O estreito de Magalhães é uma passagem navegável de aproximadamente 600 km imediatamente ao sul da América do Sul continental. Situa-se entre o continente a norte e a Terra do Fogo e cabo Horn e a sul. Este estreito é a maior e mais importante passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Como não quisemos parar nas áreas de descanso ao longo da estrada, fomos direto até o primeiro lugar que encontramos, a vila chilena Cerro Sombrero, isso já eram 01:30h. Andando pela vila e vimos alguns overlanders parados e não pensamos duas vezes, paramos junto a eles. Essa foi a primeira vez que viajamos à noite nessa nossa expedição.