Dia 055 e 056 – Ouro Preto (MG)
Dia 055 e 56 – 19 e 20 de novembro de 2018 – Ouro Preto (MG)
Acoplamos o camper ao carro e almoçamos na saída de Belo Horizonte para Ouro Preto no posto Chefão.
Chegamos à Ouro Preto de tarde, adoro a cidade, como é linda. Ela foi a primeira cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1980 e foi construída por artistas e escravos no auge do ciclo do ouro.
Deixamos o carro perto da rodoviária e caminhamos até a igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar.
Lá, conhecemos o guia Gilson que nos contou a história da igreja que é uma das duas igrejas de Ouro Preto que tem coro e cripta. Devido à cripta, a igreja não tem túmulos em seu piso. Existem muitas pinturas tridimensionais em seu interior, e é interessante ver as figuras nos acompanharem ou mudarem de posição ao nos movimentarmos.
O móvel da sacristia possui 8 metros e em uma única peça de madeira, o maior móvel com essa característica.
Conhecemos à mina Du Veloso, construída pelos escravos africanos, profundos conhecedores da técnica de escavação.
Possuem um túnel principal e vários túneis secundários que saem desse principal e eram escavadas na horizontal com uma leve inclinação para não inundarem.
Paramos para dormir na praça Américo Lopes em frente à prefeitura, dica do nosso guia. O lugar é tranquilo e seguro. Tivemos a visita de várias pessoas que queriam saber sobre o Tropeiro. O final da tarde e a noite foi de chuva fina e frio.
No dia seguinte, caminhamos a pé pelas ruas, acompanhados da chuva fina e do guia Gilson que foi contando a rica história da cidade e de casas específicas.
Fomos à casa dos Contos que é tombada pelo IPHAN e possui uma grande história. Atualmente, abriga o Museu e o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro/SRAME-MG. O local já se destacou desde a construção imponente que durou apenas 2 anos, entre 1782 e 1784, inédito para a época.
A casa dos contos teve muitas utilidades e importância: serviu de residência e Casa dos Contratos, de Arrecadação das Entradas e Dízimos, de abrigo para as tropas do Vice-Rei, de prisão nobre para vários inconfidentes. O Erário Régio também se instalou na casa, daí o imóvel passou a ser conhecido como Casa dos Contos. Mais tarde, foi ampliada para abrigar, junto aos Contos, a Casa de Fundição do Ouro, e a Secretaria de Fazenda da Província de Minas. Abrigou também os Correios, a Caixa Econômica e a Prefeitura Municipal. Finalmente, de 1983 a 1984, após restauração, o Ministério da Fazenda retornou a Casa dos Contos à sua condição original.
Entre tantas coisas, a senzala fica na parte inferior da casa, sendo acima a latrina com os dejetos caindo junto aos escravos. Esse porão escuro, úmido, frio com piso de pedra todo irregular não dava as mínimas condições para um ser humano viver.
Continuando nossa caminhada pela cidade, chegamos à Praça Tiradentes. Foi o local onde a cabeça do mártir da independência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes foi exposta (1792) em Vila Rica, atual Ouro Preto.
O Museu da Inconfidência fica na Praça Tiradentes e é um museu histórico e artístico que ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica. A cadeia era localizada no primeiro andar e o que chama a atenção é a largura das paredes.
Depois do almoço fomos conhecer a igreja de São Francisco de Assis. Foi construída em estilo barroco, com elementos decorativos rococó. É um dos monumentos mais significativos da arte colonial, uma das mais conhecidas igrejas brasileiras daquele período e uma das mais celebradas criações do mestre Aleijadinho,
É a única igreja com o teto do altar mor esculpido em madeira, trabalho do Mestre Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa.
Dalí, voltamos para Praça Tiradentes onde fica o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da UFOP. Queria conhecer o local onde meu avô deu aula.
Prédio grande e possui acervo muito rico em diversas áreas, como mineralogia, mineração, história natural, entre outros.
Na rua ao lado do museu, pegamos um ônibus para ir até a Igreja Matriz de Santa Efigênia que é outro local imperdível. Ela fica no alto da Ladeira de Santa Efigênia e era conhecida anteriormente como “Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Capela da Cruz do Alto do Padre Faria”.
Segundo dizem, a igreja foi construída por um Rei monarca do Congo que foi trazido para o Brasil como escravo e após anos de trabalho comprou sua alforria e criou seu próprio reino.
Apesar da chuva fina que insistiu em nos acompanhar por todo o dia, descemos a pé a ladeira (e que ladeira difícil com as pedras molhadas da chuva e escorregadias afff!!!) até a fonte Marília de Dirceu.
Como já eram quase 18:00, nos despedimos do guia e fomos comer uma pizza no Biz e Bill e voltamos para o Tropeiro.
Quando nos deitamos ventava bastante, com isso o toldo que estava aberto virou, precisamos recolher. Prontos para deitar, ouvimos um solavanco no carro e quando vimos foi um motoqueiro que escorregou com a chuva na rua de pedra e parou no carro, por sorte, não se machucou, foi só susto mesmo.